Eduardo Leite anuncia pré-candidatura ao governo do Rio Grande do Sul

O ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite confirmou em coletiva no início da tarde desta segunda-feira (13), que será candidato ao governo estadual nas eleições deste ano. O anúncio foi feito na sede do PSDB, em Porto Alegre, e contou com a presença de líderes políticos.

Logo após a coletiva, o PSDB emitiu uma nota assinada por Eduardo Leite. No documento, ele defende a união com o atual governador Ranolfo Vieira Junior (PSDB):

“Esta é uma decisão coletiva do meu partido. Mas, sobretudo, é uma decisão tomada ao lado e junto com o governador Ranolfo, como foram todas as outras decisões que tomamos nos quatro anos do nosso governo. Ranolfo não é apenas leal, mas é comprometido, tanto quanto eu, com o projeto que idealizamos e construímos juntos, e para o qual continuamos unidos para levá-lo ainda mais longe”

Na carta, Leite afirma que começou a pensar na possibilidade de disputar um novo mandato em janeiro deste ano. Segundo ele, a decisão partiu da percepção de haver uma dificuldade de construir-se uma base unida por outra candidatura e pelos apelos de lideranças políticas, sociais e empresariais.

“Pesquisas mostravam riscos para a continuidade do projeto que representamos. E até adversários, com posições populistas, me fizeram entender que deveria colocar o coletivo na frente do individual, e que era preciso ouvir outras vozes e não somente a minha.” – escreve na carta.

Além disso, Eduaro Leite também criticou a polarização política e defendeu a consolidação de uma terceira via para as eleições presidenciais no nome da candidata do MDB Simone Tebet:

“E é claro que, como governador de um estado importante, eu não poderia deixar de participar, assim como outros fizeram. O ex-governador João Doria renunciou para se colocar à disposição, eu renunciei para me colocar à disposição aqui ou lá, o Cidadania desistiu de ter candidato e o próprio PSDB abriu mão da cabeça de chapa para termos, hoje, uma candidatura única da terceira via, numa construção demorada, complexa e inédita na história do país.”

Apesar de criticar também as reeleições, tanto no âmbito estadual como nacional, Leite frisou que por estar fora do governo não usará da maquina pública para promover-se politicamente.

“Estar fora do cargo é a única maneira em que eu aceitaria disputar a reeleição. Mudei de opinião, mas não mudei de princípios. Por isso disse tantas vezes que a renúncia me abria todas as possibilidades e não me retirava nenhuma.”

Histórico

Eduardo Leite renunciou ao governo do Estado no final de março para concorrer ao cargo de presidente da República. No seu lugar, assumiu o então vice-governador Ranolfo Vieira Júnior, também do PSDB.

Após perder nas prévias do partido para o ex-governador de São Paulo João Dória, Leite insistiu que concorreria à presidência. Porém, desde então, o futuro político do ex-governador estava incerto.

Leia mais:

João Doria desiste de ser pré-candidato à PresidênciaQual será o futuro do ex-governador Eduardo Leite

Já durante maio, a candidatura para sua reeleição começou a ser desenhada. Conforme noticiado na coluna de Jaqueline Silveira, os tucanos trabalharam na candidatura de Leite ao governo do Estado, já que pesquisas internas o favoreciam.

Com o anúncio desta segunda-feira, Eduardo Leite deverá disputar o cargo com nomes como Edegar Pretto (PT), Beto Albuquerque (PSB) e Luiz Carlos Heinze (PP). O tucano também leva para a disputa o estigma de que nenhum governador do Rio Grande do Sul ter sido reeleito.

Denzel Valiente, denzel.valiente@diariosm.com.br

Leia todas as notícias